É fácil reconhecer a paternidade dessas opiniões: expressaram-nas os nazistas do 3º Reich sobre o país chamado Brasil. É difícil de entender sua reaparição em Santa Catarina em 1989.
Possivelmente a intenção foi humorística mas resultou em escário. As sociedades civilizadas não aceitam zombarias sobre vítimas (como as de genocídios de sociedades africanas ou indígenas brasileiras). Isto não é um postulado de ética abstrata mas uma exigência prática da vida cotidiana delas. Imagine um radialista desses ingressando na Polícia Militar e interpretando os regulamentos conforme a escala de valores dele, espelhada em piadas racistas.
Seja qual for a intenção dos produtores do programa da União FM, é necessário precaver-se contra a reincidência do lamentável acontecimento. Suponho que a ação mais eficiente fosse (repetindo bem-sucedidas ações de negros norte-americanos) organizar uma campanha informando os patrocinadores da União FM do boicote da emissora, acoplada às pressões semelhantes sobre entidades ligadas com a União FM - até o anúncio público de rescisão pela emissora de vínculos profissionais com Sr.Norton. Os exemplos de fora indicam que uma pancada no bolso convence os mais mal-intencionados das virtudes da decência.
Parece que a RBS (dona do Diário e da União FM)
não tomou qualquer providência
Algumas semanas mais tarde Sr.Norton foi assassinado, supostamente
por três adolescentes, no centro da cidade.
O caso policial nunca foi satisfatoriamente esclarecido