Comprimento de período de 1/p para p primo
A questão é como justificar o seguinte fato (válido em qualquer sistema
posicional, mas aqui mostrado para o sistema decimal):
para
o comprimento do período
da representação de
é um divisor de
sem usar as noções da teoria de grupos. Pelo menos na superfície, pois
o cerne do argumento é o pequeno teorema de Fermat :
se e então
.
Vamos pelos passos pequenos e triviais. Tem que ter um periodo
e não pode ser mais longo que p-1, pois no processo de divisão podem
aparecer restos entre 1 e p-1, e na primeira reaparição
de um deles o ciclo recomeça.
Digamos que obtivemos o periodo
. Trate este bloco de algarismos como número
n em notação decimal.
Isso significa que
Portanto,
, ou
Agora, pode-se reformular a frase
dizendo
.
Contradizer esta afirmação significaria dizer
.
Mas a identidade de Bézout garante a existência
de e inteiros tais que
. Nesse caso ter-se-ia
.
Mas isto quer dizer que na -ésima divisão por reaparece o resto ,
contradizendo a hipótese que é o periodo.
Freqüentemente chama atenção o fato que surge
uma permutação cíclica de algarismos de
quando considera-se
com .
Multiplique a expressão obtida para
por com algum . Jogue fora
(a parte inteira) - e você fica com
onde
.
Fpolis, 1998
Acrescentei
aqui
tabela que na linha n mostra quais
são os primos que dividem 10n-1 e não apareceram
como divisores do número desta forma com expoente menor; portanto para tal
primo p o número n é o comprimento do seu período.
Fpolis, 2010